Nem sempre

Nem todas as manhãs me salvam dos sonhos tristes que me habitaram ao anoitecer...

Há manhãs que simplesmente parecem não existir...

Nem toda poesia é capaz de me redimir daquilo que estou imerso e me impede de respirar...

Há rimas que aparentemente não são possíveis...

Nem toda lágrima que me escorre a face carrega consigo o alívio de que necessito...

Há prantos que nunca serão entendidos a luz da razão...

Nem toda lembrança me transporta para o paraíso perfeito construído de amor e paz...

Há memórias que teimam em justificar a imperfeição da vida...

Nem todo tempo ido é um real desperdício no fim das contas...

Há um quê de significado em cada instante na distância...

Nem sempre o sol vai se pôr e estarei lá para vê-lo de perto, porém...

Haverá sempre um anoitecer que ainda pode me trazer um luar a me acalmar...

Marcelo Scot
Enviado por Marcelo Scot em 16/05/2016
Código do texto: T5637394
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