Cartas

Recadinhos no espelho... bilhetinhos de papel grudados na geladeira... mensagens e mensagens no meu celular...

Qualquer ferramenta que servisse para escrever, você usava para registrar seu amor por mim. Como naquele dia no tronco de uma árvore;... no guardanapo na lanchonete, no papel de pão no café da manhã... rabiscava minhas mãos com caneta, pra gravar os nossos nomes, seguidas da palavra “Amor”.

Você colocava o meu celular para despertar com uma declaração ou uma palavra carinhosa... Na beira da praia, um coração desenhado e dentro dele meu nome, que era sua senha de acesso para algumas coisas suas. Meu contato na sua agenda no celular: “Amor”...

Você fazia questão de deixar claro que me queria em sua vida. Não bastava verbalizar todos os dias o quanto me amava, e externar seus sentimentos em forma de atitudes... você queria eternizar, em registros escritos, o nosso amor.

Mas o tempo passou e arrancaram aquela árvore. Eu não tenho mais aquele celular com as suas mensagens, nem os bilhetinhos, nem o espelho. A onda do mar apagou meu nome naquele coração, há tempos. Até mesmo você foi embora para bem longe.

Só me restaram as lembranças, essas que nem o tempo nem ninguém pode me arrancar. E na minha alma tatuada a palavra “SAUDADE”.

Joalice Dias Amorim (Jô)
Enviado por Joalice Dias Amorim (Jô) em 31/05/2016
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