Cartas
Recadinhos no espelho... bilhetinhos de papel grudados na geladeira... mensagens e mensagens no meu celular...
Qualquer ferramenta que servisse para escrever, você usava para registrar seu amor por mim. Como naquele dia no tronco de uma árvore;... no guardanapo na lanchonete, no papel de pão no café da manhã... rabiscava minhas mãos com caneta, pra gravar os nossos nomes, seguidas da palavra “Amor”.
Você colocava o meu celular para despertar com uma declaração ou uma palavra carinhosa... Na beira da praia, um coração desenhado e dentro dele meu nome, que era sua senha de acesso para algumas coisas suas. Meu contato na sua agenda no celular: “Amor”...
Você fazia questão de deixar claro que me queria em sua vida. Não bastava verbalizar todos os dias o quanto me amava, e externar seus sentimentos em forma de atitudes... você queria eternizar, em registros escritos, o nosso amor.
Mas o tempo passou e arrancaram aquela árvore. Eu não tenho mais aquele celular com as suas mensagens, nem os bilhetinhos, nem o espelho. A onda do mar apagou meu nome naquele coração, há tempos. Até mesmo você foi embora para bem longe.
Só me restaram as lembranças, essas que nem o tempo nem ninguém pode me arrancar. E na minha alma tatuada a palavra “SAUDADE”.