SER RASTEIRO É COVARDIA

De onde eu sou, homem voa todo dia. Voa sim! - Avoa, na verdade. - Voar é pouco para quem pode avoar. Começou quando pingou alegria no pote, quando nasceu liberdade no terreiro. Pronto. Não faltou mais homem e mulher fazendo coisa de admirar por aqui... Ou você acha que sorrir no aperreio, cantar quando não vem a chuva, rezar quando acaba a fé, trabalhar quando não há nem promessa de melhora é coisa de quem apenas pisa o chão. É nada, rapaz! É preciso pisar o vento, agarrar nuvem pela orelha e se segurar. Aqui, palavra, violão, pandeiro, cantador, repentista e trovador faz o povo avoar mais alto que os balões do mês de Junho. Poesia é liberdade de fazer criar asa, de fazer mágica, até onde falta o costumeiro. Ser rasteiro é covardia quando se tem asas. - Avoe!