apesar de hoje

Apesar de hoje,

Amanhã, na trilha terrorista

Do ódio em meu olho nú,

e cúmplice duma psique

ocupada de fumaça e erosão

Das camadas emotivas,

Do eu despedaçado, retraído

Pela compulsão niilista.

Busco a tirana paz, pelo conflito,

mesmo tornando-me refém do belicismo

dum coração corroído pelo tempo crono,

pela visão e contrastes da megalópole

sectária que,

não nos deixa ser do presente, amigo.

E os ressentimentos,

aflorados nos campos Elíseos da dor,

plagiando uma cachoeira-

caem do alto das pedras

de coberturas dos arranha-céus

nos santos salvadores

da maldição de existir

futilmente em meio ao vento,

fugaz como o que vejo,

e não é que é,

apenas ilusão óptica, um valor que,

apriori tapa a lacuna da busca

do veio a ser nesse momento,

via representação.

Freqüentarei os pretéritos

de um acontecer nessa estação

inquilina da memória,

para quem sabe,

fechar este poema

e mostrar que ele pode parar,

apesar de seu vasto itinerário

percorrido, e me descer destas palavras,

ainda insuficientes para descrever

o universo e os labirintos dum pensamento,

mas dentro dessa perspectiva,

concluir que mundo não cabe aqui.