O indivíduo onipresente

São sete horas da manhã. O inverno ainda faz sua presença. A casa vazia. O pulso estável. Tudo parece parado a espera de “o que” ou finalizando um “quem”.

É mais um ciclo. Dos vários ciclos. Essa rede infindável de constantes trajetórias e constantes passados se concretizando e se recriando. É incrível, não?

O passado recria-se. As histórias se acumulam.

Já parou para pensar? Existe uma história pela qual você passou, uma história que só você sabe como é completamente. Somente você sabe de suas nuances, só você saberia apresentar sua lógica, somente você a domina. É a única coisa que você realmente possui. É sua pérola escondida. Sua nota na harmonia. É seu groove.

Mas você desconhece todos os pontos dessa trama, mesmo ela sendo tudo em ti.

Você não saberia a razão daqueles que lhe sorriem. Quais as motivações daqueles que te fizeram caminhar. As mágoas daqueles que te destruíram. Os pensamentos daqueles que não te viram. Tudo que foge da sua vista foge de seu domínio porém não escapam de sua trama.

Todos os passos são cercados por multidões de histórias. Incalculáveis trajetórias assombram a sua mente em cada ponto do que chamamos de vida. Em cada pequeno detalhe existia e existe um emaranhado incalculável de eventos em cadeia que se misturam e se confundem formando uma rede infinita, vasta, atemporal, multidimensional que ultrapassa o que a razão pode conceber.

E é aí em meio esse mar metafíco e selvagem que se encontra o ponto da sua existência. Tão medíocre e complexo, tão único e coletivo como só ele pode ser. Tão ele que só você pode sentir. Tão ele que nem você pode compreender.

Lucas Viana
Enviado por Lucas Viana em 14/07/2016
Código do texto: T5697244
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