O SUFICIENTE

O SUFICIENTE

Quem tratou de ir compondo todo

adeus depois de conhecer o valor

que poderia ser amado seu

foram os corações distantes

você não viu eles não podem ver

quem sentiu muito ficou indiferente

e nada ressente abraços de amigo

essa dor consigo

eu consigo essa dor de amigo

calor estrangeiro porque vai embora

e tem um amor inteiro

d'outro lado

algo verdadeiro discreto

nada passageiro

momento instantâneo

o aperto de mão culpado

é mentiroso e feio

os olhos da serenidade

quando tudo termina no velório

do que não perdeu

não tem anseio

poderia ter sido um amor platônico

abrigo de qualquer coisa

um amor anônimo

poderia ter sido melhor dissolvido

se pudesse mergulhar aqui dentro

meu homônimo estridente sorrindo

é um apelido que uso na pele

p'ra deixar minha vítima quieta

sem voz discreta

porque sendo nós por ela

tudo é válido

não há habito num beijo

pedindo alma

ficar acordado olhando você dormir

não tem ausência parece que basta

minha carência se perde

cansada nos lugares sagrados

do corpo amado

onde tudo que foi tocado

tem partituras "operando".

MÚSICA DE LEITURA: Jolie Holland - Old fashione