À morte
Ah Morte, sei que és apaixonada por mim,
mas já não pertence aqui!
Já levara tanto, tanto de mim,
por ciúme ou desaprovação.
E sabe que não pertenço a você
e nosso tempo juntos não é agora,
deixa-me só então, pois já me tirou muito,
Não já o é suficiente, por que queres mais?
As estrelas me chamam nesse momento,
A vida me convoca, mesmo na tristeza,
Na intempere de minha existência,
Há milhares de batalhas ainda a lutar.
Mas ainda assim, insistes que eu viva só
fazendo-me sentir culpado pelas tristes
e frias casualidades que me cercam,
Me queres forte sozinho ou triste em conjunto...
E no entanto, sonho que sonha só,
É tão triste a se tornar pó,
Não cederei à sua sedução, não a irei beijar,
Por mais que seja doloroso o que tenho que
conquistar.
Digo-te então adeus, e seguirei só,
Não pegues mais minha mão, sou um bardo,
Um contador de histórias a conquistar o mundo,
E um dia então, aceitarei tranquilo seu sorriso.