O VAZIO DO MEU AMOR
 
Nunca mais é muito tempo...
pode ser uma eternidade!
Nunca mais o amor ou da saudade?
Nunca mais o momento?
Fica na gente este gostinho de vazio...
mas vazio não tem gosto!
Vazio é nada...disforme e tosco...
A gente preenche do sabor que quiser
O que o imaginário eleger...
Pode ter recheio de lembranças,
saudades... esperanças,
Podemos colocar nele a transparência
ou a sombra de uma dor imensa
que nos invade.
No meu vazio, guardei o meu amor!
O retrato dele, sem moldura e cor...
imagem em preto e  branco
como um sentimento oco
que, de solitário, é brando!
No vazio, a porta não se abre,
a fechadura emperra...
as janelas descidas, sem vidros...
não dá para ver através delas.
Não vejo flores, nem sinto perfumes...
Neste amor que é só meu
falta o lume...
Às vezes dói! E quem sente sou eu!
Pobre amor sem eco...não tem traços...
nem sombra... porque anda só,
quase fracasso...
 Eu queria tanto que houvesse laços!
Ouvir do lado de lá
desse vazio
os sons do amor que canto cá...
música que embala meu amor vadio
louco, insano, vezes avança
vezes, tímido e arredio!
Anda tonto... quase sombrio
buscando um eco ao seu grito...
Eu queria  que do fundo do meu vazio
meu amado me sentisse
e meu canto de amor ouvisse...
Queria tanto...mas ando só...
na garganta sinto um nó...
de saber que ele não sabe
desse amor que é tão grande!
Não dividi-lo...Ah! Que pena!
Faz dó!

Najet Cury, Agosto de 2016.
Najet Cury
Enviado por Najet Cury em 21/08/2016
Reeditado em 21/08/2016
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