Colecionador de almas

O mar se agitava com a lua cheia.

Dom, com os pés descalços, podia finalmente sentir o roçar da areia da praia em seu calcanhar. Isso o ajudava a relaxar.

As pegadas ao seu redor eram apagadas com o dançar das ondas.

Subitamente, as marcas do passado começaram a sussurrar seu nome.

“Dom! Dom! Eu sei que pode me ouvir. Dom!!”

O colecionador de almas, dessa vez, não se importava mais com o que ouvia.

Quando pequeno, se acostumou com visitas noturnas, e conversas aos pés do ouvido.

“Dom! Dom! Sabemos onde está!!!”

Ele continuava admirando a areia em seus pés. Na verdade, ele observava o tamanho das pegadas com o tamanho dos seus pés, e ali, ele percebia que eram as mesmas.

Dom, na verdade, colecionava agora lágrimas. E no seu funeral, os únicos que estavam ali eram aquelas almas que ele fez questão de guardar numa compoteira de cristal.

Dominic M
Enviado por Dominic M em 03/09/2016
Reeditado em 09/03/2024
Código do texto: T5748796
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