Fico pensando...

Você foi aquele que, a princípio, paralisou-me. Pensei no que poderíamos ter nos tornado, mas, agora, o que vejo são memórias desbotadas, sem alegria. Quando eu sentia que tudo estava bem, que estávamos nos entendendo, eu acordava; eram devaneios.

Cada "oi" mudava meu dia. Suas palavras voavam - faziam cócegas no meu ouvido -, mas nunca diziam algo. Eu gostava mesmo era da sua voz e da sua forma estranha de se expressar. Era o máximo de interação que tínhamos. Era humano.

Ríspido, você é. Conseguiu ir além do que transpareço: atingiu minha ínsula. Transformou-me. Mas eu sei: alguns trens vêm para nunca mais voltar. Você trouxe boas novas. Foi bom lhe ver passar.