AMO A ROSA
Por mostrar espinho, amo a rosa
[seiva crê morar em minha alma]
Ajeita-se nuvem ao laço do amor
Bailam sussurros e vozes amoniacais.
Por ter saudade
Dou ósculo de fé em minhas fases puras
O mel apronta-me o aceto
Nele, estrago e me converto.
Por ser bobagem reativa do peito
Imagino o intróito – fotos e chilros
Furtados sentimentos frutados
Gênese que a vida embriaga
Em labaredas que o azeite sustenta.
Por ter imensas verdades, rego nua plântula
Das baixadas, bemóis e escadas
Não hei em Maio ter sobra
[naufraga o lume no castiçal de bronze].
Vou, mudo, ao encontro do céu
Por ter a rosa acúleo
Por rouca ser a sombra que me rastreia
Por pouca ser a fossa que me passeia.