AMO A ROSA

Por mostrar espinho, amo a rosa

[seiva crê morar em minha alma]

Ajeita-se nuvem ao laço do amor

Bailam sussurros e vozes amoniacais.

Por ter saudade

Dou ósculo de fé em minhas fases puras

O mel apronta-me o aceto

Nele, estrago e me converto.

Por ser bobagem reativa do peito

Imagino o intróito – fotos e chilros

Furtados sentimentos frutados

Gênese que a vida embriaga

Em labaredas que o azeite sustenta.

Por ter imensas verdades, rego nua plântula

Das baixadas, bemóis e escadas

Não hei em Maio ter sobra

[naufraga o lume no castiçal de bronze].

Vou, mudo, ao encontro do céu

Por ter a rosa acúleo

Por rouca ser a sombra que me rastreia

Por pouca ser a fossa que me passeia.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 23/07/2007
Reeditado em 09/07/2008
Código do texto: T576054
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