O que sei sobre mulheres

O que sei sobre mulheres

Sabes tanto de mim quanto sei de mulheres.

Meu olhar pouco discreto, de cima a baixo,

não nega que gostou do que viu.

Pensando bem, sou mais indiscreto - não és tão sabia assim.

Também, nunca espero encontrar alguém

que desperte em mim um inequívico sentimento de luxúria.

Sou uma presa, sempre perseguido,

quase nunca conquistado.

Não inexperiente,

experiência não quer dizer conhecimento:

não sei nada de mulheres.

Desculpe por esta elegante mentira,

há coisas que cavalheiros não falam.

As poucas mulheres que conheci

admirei, olhei e tentei decifrar.

Não consegui.

Misteriosas, nunca deixaram de me surpreender.

Hoje, o importante é desfrutar-lhe a presença.

Não percebi isso logo,

mas depois aprendi a ouví-la,

a valorizar os silêncios, os olhares.

Momentos em que parece não acontecer nada

e aconteceu tudo.

Aprendi a respeitar sua intuição e inteligência.

Aprendi a amá-la.

Desculpe novamente,

por dizer isso como quem nada diz.

Sou fiel, não estou mentindo.

Nunca me obriguei a ser fiel.

Não é uma norma ou um pacto a respeitar.

Se as pessoas se encontram, azar.

Mas sem mentiras.

Estou ao lado dela porque quero.

Ninguém me obriga:

me obrigo a ser leal.

Nenhuma mulher que conheci depois dela superou-a.

Ao observar, posso admirá-las,

posso conhecer alguém impecável -

estou aberto ao que pode acontecer,

mas não tem jeito:

ela é soberana.

Ela é sempre soberana.

Quando falo de mulheres,

falo de uma só.

Adriano Dal Molin
Enviado por Adriano Dal Molin em 23/07/2007
Código do texto: T576710
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