Último Tema para Sylvia

Último Tema para Sylvia

In memoriam ao Vagabundo Poeta de Rua

Domingo, como nos últimos anos vou acordar

Um misto de alegria e tristeza vou levantar.

Como sempre acontece no dia dos namorados.

Não vou me sentir infeliz, mas apenas incomodado.

Meu coração é que vive nessa eterna contradição.

Faço então essa minha pouca e pobre poesia

Funciona como sempre digo para mim mesmo, uma lição.

Como um lenitivo para a minha dor, como anestesia.

Verei mais uma vez meninos com flores e presentes

Verei o amor em pessoas, nos locais mais diferentes

Com certeza irei ver os namorados

Mãos dadas se abraçando, se beijando e sendo amados

Sem nenhum receio ou constrangimento

Nem mesmo os conservadores ousarão fazer questionamento

Dessas demonstrações públicas de amor.

E eu com lágrimas em meus olhos e a minha dor.

Claro que tentarei com um sorriso disfarçar.

No domingo, não vou querer amigos e nem cantar.

Na verdade, vou apenas querer a felicidade alheia olhar.

Estarei com minhas estrelas que por certo no céu presentes

Elas perceberão minhas lágrimas e serão minhas confidentes.

Elas todas olhando para nós lá no firmamento

Verão que estarei com você pensamento

Que muito embora apenas no telefone e no virtual

Sei que é meu presente todos os dias, não só nessa data especial.

Esse poema foi uma transformação em poema do último texto que

Sylvia recebeu de seu namorado virtual.

Ele faleceu alguns dias depois.

Omar Costa De Umbro
Enviado por Omar Costa De Umbro em 23/07/2007
Código do texto: T576756
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