PRECISAMENTE

Não consigo precisar a vida.

De que modo, então, haveria de precisar a ti?

Mas, doutro modo, preciso-lhe a todo instante;

A cada pensamento, ao menos -

Ao menos, quando o pensar é deveras pensamento.

(Ah, que passe tudo, que passe a vida.

Não há nada como a passagem das horas

E o tédio e a incerteza disto.)

Mas, ah! Não há precisão no que faço, sequer no que não faço.

Há precisão, apenas, no involuntário.

Meu pensamento é involuntário;

E não penso, senão em ti.

Julius Schindler
Enviado por Julius Schindler em 25/09/2016
Código do texto: T5771542
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