No céu azul,
Vôos delicados chamavam-nos a atenção
Eram pássaros de diversas espécies que brincavam sobre nós
Em vôos delicados, as únicas coisas que caiam do céu sobre o solo
Eram as sementes que por eles, eram majestosamente semeados.
As flores e os frutos regavam-nos de harmonia
Ao vê-los retornarem aos seus ninhos em pousos suaves...
Balões coloridos também davam graça ao nosso céu
De dia, o mais lindo azul destacava o infinito
Na noite, a mais profunda negritude sobressaiam as estrelas
Banhadas pelo pratear enluarado, iam às noites
Até que no amanhecer o despertar do sol
Disputava aquele cobiçado céu
Que os homens desejavam conquistar
Como os pássaros,
Eles livremente, também desejavam voar...
No domínio da conquista os pássaros se foram,
E na arrogância de quem pode mais
Os balões e as aves que abrilhantavam os olhares
Deram lugar a aeronaves de aço
Que voam com destino e hora marcada
Mudando o destino de muitos
Que nem sempre voltam para suas casas
Apagando o brilho dos olhares de quem espera
Por não vê-los pousar com suavidade...
Na ressonância de outros tempos
Na delicadeza da beleza de um céu todo nosso
Eram os pombos correios que sobrevoavam nossos ares
Exímios recadeiros, eram eles os senhores de levar ou trazer
Eram tão incertos como os que sobrevoam hoje
Contudo, eram eles a atravessarem os céus
Com mensagens por vezes de vida,
Ou de morte amarradas em seus tornozelos...