Rompimento

Eu resisti a escrever. Frases soltas em tempos espaçados.

E os defeitos venceram sobre nós.

Os quadros pela casa ficaram tortos.

É como tentar correr com uma corda aos pés.

A planta murcha.

As coisas fora de lugar.

Por fora. Por dentro. Pela casa.

A chuva que molha o rosto.

O vento gelado que bate em minha cara.

Doem menos que palavras ditas. Palavras feridas.

Ecoam por dentro como as batidas do coração.

O seu tom de voz e meu silêncio sem reação.

O silêncio que ecoa na falta de conversa.

O turbilhão de sentimentos com volume de vendaval.

Continuo aqui. Querendo ir.

Continuo aqui. Pensamento distante.

Corpo presente. Pensamento ausente.

E um rompimento inevitável.

Ficar ou ir?

Desistir?

Ser eu? Ser nós?