Doce devaneio...
Na tua afabilidade a doce ternura envolta,
E nesta comiseração, dois corações havia.
Na inocência da música que tocava solta,
De ti me aproximei muito mais que deveria,
O recinto apinhado dançando a marchinha,
Os dois deslizando como sendo um somente,
Passeando na condição da suave ladainha,
Naquele bolero criaturas em fogo ardente,
Estado de apaixonados, comum conhecimento.
Em olhares fascinados, procurávamos em nós,
O frenesi do planear a dois em reconhecimento,
No mais interminável desejar do que viria após,
Em cada música uma afetuosa troca de carinhos,
Aconchegos cingidos como se estivéssemos a sós,
Bailávamos libertos e cada vez mais juntinhos,
Som do amor que se dava em razão na tua voz,
E nesta emoção, várias aspirações se formaram,
Havia o desejo que a fantasia não terminasse ali,
Em contemplares extasiados os dois se beijaram,
Devaneio que tive, neste sonho que contigo vivi!