ENCONTRO DAS ÁGUAS
Solta me, turbilhão das águas
neste rio de barro aderna minha alma
beija me os pés ilhados e eu já não sei se Negro
ou Solimões
me estende os braços nus
agitando a solidão da margem
Turva me os olhos de afogado
Balanço ao ritmo das redes sobrepostas
densidade das marés cadenciadas
clarão dentre nuvens turvas
dois rios num só vazio
de céu e chão
fosse tarde eu mergulhava nesta baía espelhada
fosse cedo e eu me cobria de maresia ancorada