ENCONTRO DAS ÁGUAS

Solta me, turbilhão das águas

neste rio de barro aderna minha alma

beija me os pés ilhados e eu já não sei se Negro

ou Solimões

me estende os braços nus

agitando a solidão da margem

Turva me os olhos de afogado

Balanço ao ritmo das redes sobrepostas

densidade das marés cadenciadas

clarão dentre nuvens turvas

dois rios num só vazio

de céu e chão

fosse tarde eu mergulhava nesta baía espelhada

fosse cedo e eu me cobria de maresia ancorada

ROSE VIEIRA
Enviado por ROSE VIEIRA em 01/11/2016
Código do texto: T5809861
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