Cuba libre

 
Da Revolução Cubana fica para a história a saga dos revolucionários liderados por Fidel que num feito épico, partem do México no navio Granma com destino a costa cubana até se refugiarem na Serra Maestra e de lá desencadearam o processo revolucionário.
Os guerrilheiros foram "oficialmente" identificados e dados como mortos pelo regime de Fugêncio Batista.
E num furo de reportagem do jornalista Herbert Mathews o Comandante reaparece dando-lhe entrevista e vira capa da primeira página do New York Times (Matheus não consta na galeria dos grandes jornalistas do New York Times, entretanto existe uma foto sua no museu da revolução, na floresta, de charuto ao lado de Fidel);
E Raul Castro deu notícias ao jornalista do NYT de uma “Segunda Coluna” inexistente;
E Matheus foi acusado pelos Macarthistas de ter tornado Castro “um herói mundial”.
Da revolução resta o mistério do súbito desaparecimento do líder guerrilheiro Camilo Cienfuengos, que de acordo com a versão oficial o avião que viajava teria desaparecido durante uma tempestade entre Ciego de Ávila e Matanzas no Norte da Ilha,
(versão não oficial afirma que Cienfuengos foi eliminado pelo regime que ajudou a implantar por divergências quanto a condução do processo revolucionário);
Ficam ainda na memória:
A clássica fotografia de Che Guevara com a boina verde na cabeça com um charuto Cohiba na boca, tirada por Alberto Corda, reproduzida em cartazes, bandeiras e camisas mundo afora com os dizeres” hay que endurecerse, pero sin pierder la ternura jamais”.
O condenável fuzilamento de milhares de opositores no Paredón;
O feito glorioso do Comandante em Chefe de ter vencido os contrarrevolucionários, bancados por agentes da CIA, na malsucedida invasão da Baía dos Porcos;
A audácia do Fidel ao desafiar o império americano - fiado nos rublos do Kremlin e nas ogivas soviéticas;
E Castro desejou que o mundo capitalista explodisse junto com os Ianques;
E fez soar o alerta vermelho;
E Kruchev chamou-lhe de louco;
Ficam também as cenas da Revolução no filme Soy Cuba, do cineasta soviético Mikhail Kalatosov;
A repressão do regime aos intelectuais não alinhados ao PCC;
As imagens dos balseiros em desespero a tentar cruzar o Golfo do México e chegar nalgum ponto do deserto americano;
O desprezo do regime pelos veteranos músicos do Buena Vista Social Club, tornados celebridades através das lentes de Win Wenders;
Os velhos Cadillac e Chevrolet lembrança de uma época em que Cuba era chamada de prostíbulo americano,
A incendiária rádio contrarrevolucionária dirigida pela filha de Fidel a partir de Miami;
As ondas arrebentando na orla de Havana e as filas dos cubanos para comprar escassos mantimentos;
Os Turistas estrangeiros redescobrindo La Isla;
Os pronunciamentos do controverso Comandante que de uma pequena Ilha no Caribe explorada pelo Império Espanhol, pelas oligarquias locais e pelos EUA, sinalizou no primeiro momento da revolução, para a possibilidade de uma outra América Latina, livre e mais justa, mas o novo regime logo degenerou para uma ditadura pessoal dos irmãos Castro.
 
Labareda
Enviado por Labareda em 26/11/2016
Reeditado em 01/01/2017
Código do texto: T5835152
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