CALOS DE CANAVIAIS

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Triste sina intinerante
De Sol a Sol pelos canaviais
Meus pés têm os calos do retirante

A bóia fria a água quente
Um calor arretado de dar dó
Trabalho cansativo e decente

De plantação em plantação
As mãos na enxada
E o coração na mão

Cada canto desse mundo
Uma jornada de luta
Filho do Pai não um vagabundo

Levo as migalhas pro lar
Pros meninos alimentar
Chão de ganho a se respeitar

Deixo agradecido a mãe do meu filho
Sempre em casa na lida por nós a orar
Pra que seu destino tenha carne e não só milho

E sigo minha senda sem rancor
Pois ainda tenho muita lenha pra queimar
E minha família tem por mim só amor

Confio na redenção de Deus
Pois Nele minha fé só revigora
Luto pra que perdõe os pecados meus

Chão Sol enxada e estrada
Vou seguindo uma a uma as plantações
No pé de calo 
No lombo ardente
Pelos confins desse mundão 


 
Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 02/12/2016
Código do texto: T5841744
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