Chuva na janela
A chuva caía, tímida. Antes de ouvi-la senti a indignação que surgira na brisa. Diria que pareceu como o sentido que Alceu Valença declara ter ouvido,na melodia suave de anunciação de amor,quer seja longa ou efêmera. A chuva me soou bela, cheirosa e dona dela. Na alegria nós estávamos, aparentemente, em harmonia. Mas sua brisa, não era disso que me alertava. Já estava molhada sem entrar na chuva...só em abrir a janela. E aí?
-chuva ,es bela!
Que tal construirmos outra janela? Pode ter conto,poesia, música e ventania. Mas cuidado - a chuva, as vezes parece-nos bela e se não aquecer depois,resfriado pegamos dela.
A chuva me molha na janela. Ligo o som e ouço -a despedir -se tenra e bela. Veja, estamos em outra janela e de repente; sinto-me dentro do círculo quente. Deixaria -me para sempre? Ou saciaremos esse sede?
-vê? ! somos gente?
ou brisa que nasce e morre no poente
Nas entrelinhas da palavra tornamo-nos nascente. E no risco do horizonte, ficamos transparentes. Fortificando os ramos e espalhando sementes.