Há um rato velho no meu peito.
Há um rato velho no meu peito.
Ele é impiedoso! Mercy!
Rói minhas entranhas,destrói tudo que há de vital.
Mas confesso que o amo...Em meio às suas crueldades mora um estopim de criatividade visceral.
Uma gênese,concretização de sentimento árduo.
O rato me faz vomitar todas essas palavras.
Não é um pássaro azul,como dizem os líricos melancólicos.
É um rato mesmo,ele rói,caga,mija,só aquieta-se com vinho e cigarro.
É um rato,come de tudo.
É um rato,tem afeto pela imundície.
É um rato,gosta da noite e de tudo que ela faz sobrar.
É um rato,rói por necessidade e instinto.
É um rato,não um pássaro.
É um rato...