Há um rato velho no meu peito.

Há um rato velho no meu peito.

Ele é impiedoso! Mercy!

Rói minhas entranhas,destrói tudo que há de vital.

Mas confesso que o amo...Em meio às suas crueldades mora um estopim de criatividade visceral.

Uma gênese,concretização de sentimento árduo.

O rato me faz vomitar todas essas palavras.

Não é um pássaro azul,como dizem os líricos melancólicos.

É um rato mesmo,ele rói,caga,mija,só aquieta-se com vinho e cigarro.

É um rato,come de tudo.

É um rato,tem afeto pela imundície.

É um rato,gosta da noite e de tudo que ela faz sobrar.

É um rato,rói por necessidade e instinto.

É um rato,não um pássaro.

É um rato...

Torquatto
Enviado por Torquatto em 06/12/2016
Código do texto: T5845482
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