Há uma teimosia em meu interior, uma mania ou desejo de captar o que eu chamo de combustível da poesia: os momentos; sejam quais forem, não importa o grau de satisfação de tais momentos. A garimpagem é o que fortalece o poeta de olho ladino, que tudo capta para transformar em poesia e ousa alçar voo, como pássaros semeando poesia pelo ar, pela terra ou mesmo na pele da água. Nada é programado, acontece naturalmente, quando os olhos encontram o que lhe apetecem, e a poesia é : imagem, lembrança, felicidade, melancolia... qualquer que seja o combustível impulsiona a poesia.