na plenitude da noite

sou pleno na escuridão e indigente ao dia
minha pele se bronzeia ao sol da meia- noite
tenho gosto pela solidão
quando estou entre a linha tênue  que separa a vigília do sono
e na província de minha mente tilintam muitos grilos
onde o onírico toma assento no trono de minha cama
é quando desço as máscaras e finco pé nas cavernas dos pensamentos e da imaginação com os meus fantasmas interiores
onde as lembranças e os esquecimentos se entrecruzam
Imagens veem e voltam
e os olhos  mergulham para dentro da cabeça
quando sinto a presença de  espíritos obsessessores  que me rondam  e me deixam  em desassossego, a colocar  a mão em minha boca como se quisesse me sufocar.
acordo de soslaio sem saber se aquilo era real ou sensação
pela  janela entreaberta  entra um suave vento do futuro que alisa a aminha pele
um gato calcula um pulo – salta sobre mim e sinto o seu dorso  me eletrificar
me vem a imaginação a figura daquela garota frágil que beijei a pouco em  trajes  de monge
olhos negros  a sugerir louca devassidão
mas  de  corpo contido como são os das freiras dos conventos.

 
Labareda
Enviado por Labareda em 01/01/2017
Reeditado em 01/01/2017
Código do texto: T5868811
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