Copos transparentes em escrivaninhas empoeiradas

Quando se recolherem às luzes artificiais de suas casas se esconderem atrás de seus copos de bebida em suas salas de estares.

Quando estiverem velhos demais pra olhar o sol com esperança de algo novo, algo novo. Algo que nos de vontade de viver como quando éramos jovens e loucos.

Quando se despedaçarem atrás de copos de aguardente nos bares do alem e assistirem e assistirem seus sonhos passando como se passa um trem, no fogo do olho que vê o fundo abismo e o principio da luz, enxergarei a ti e a mim como a quem vê o bem e o mal, o novo e o velho.

Quando viajar em carros com pessoas céticas que se dizem crentes, mas no fim são apenas desesperados.

Quando na luz do dia desejar que seja noite e ver o dia se transformar em lacrimejante vertigem ilusória. Ainda estarei lá.

Entre as luzes das cabeças pensantes, entre os gestos dos amantes e a poesia que baila em torno de ti, enquanto simplesmente vive sua vida e assiste de trás de sua guarita.

Quando o vento do outono bailar em seu quintal e sacudir os seixos de sua vida e quando os perfumes da primavera desarrumar seus cabelos e você nada mais ver alem de poço segredado aos outros em tua infância. Ainda estarei Lá.

Estarei em tudo isso e nas minúcias de tua vida. Pois eu sou o talvez e não a certeza, e é isso que me move.