COMO TEMPERAR A VIDA

Por entre todas as falanges - mudas e safas

Heróis escondem-se dos dentes – ferozes

Com epopéia guardada de armarinho, atam

Rosnam bobeiras ambulantes, ápodas.

Por pouca fé que haja rasgando a vida

Convés sob o sol – asilo, meia idade

Verte sangue embebido em estrelas

Densas e descoloradas.

Entre covas e passeios

Rogo prece em meu mais dorido devaneio

Veste pútrida, casco de metal

Minha seta não rende o sinal...

Rusga luzidia, prata no quintal.

Enquanto, absorto, rege o alvoroço

Passo-lhe a canela, beijo à paz escura

Dando ao fel escorrido entre os medos

Uma pitada de sal e um punhado de céu.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 01/08/2007
Reeditado em 09/07/2008
Código do texto: T588592
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