Psicopatas ( à flor do planeta-"1998")

Hoje tudo fala a língua do confundível; ouve as palavras da boca hipócrita; nela nem beijos, nem amor, apenas ela e seu mover de lábios rancorosos. Tudo digita enigmaticamente a linha de tudo,

o espaço do mundo, tudo atômico, febril, incoerente, eletrônico, tudo criativo demais.

O homem é máquina, metal e plástico e é inanimado de mente, perante suas criações;

com força e brutalidade, o homem é drástico, rústico,

proparoxítona e infinitamente bélico.

A vida já não são os campos, nem a fragilidade dos sentimentos.

É agora a inédita acrobacia, que se vendo de cima, não tem rede de proteção e não tem chão.

Hoje tudo fala demais, memoriza demais;

o fantástico, o surrealista, o dramático; e esquecem o romântico,

os pés descalços feridos; hoje já não ligam os ferimentos;

se liga apenas o contentamento ao contentamento do acerto de contas e as lágrimas à poeira da terra empapada de sangue;

de fome e de sede...

O poeta já pensa de maneira diferente, o irônico e o crítico,

já não ridiculariza comicamente; nada mais ignora mais nada.

Os biônicos e os lunáticos estão a flor do planeta...

Plantaram esquizofrenia...

Takinho
Enviado por Takinho em 06/02/2017
Reeditado em 24/08/2020
Código do texto: T5904453
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