Kármica

Você é como eu, em uma versão kármica menos devedora. As dores que agora você prova, são apenas uma amostra em menor escala... De tudo aquilo que já sofri.

Como uma maket dos reais sofrimentos, assim é o seu pesar.

Enquanto a minha aflição já foi construída e sentida, a sua, lentamente se torna insuportável.

Conte - me, como é ser rodeado por algumas tochas? Pois já me esqueci, de como é ainda nutrir esperanças... Em meio ao inferno que nunca esfria.

Conte - me, como se sente ao ter encontrado pistas no labirinto? Pois já nem me lembro, de quando adentrei o meu... Cujas passagens apenas ficam mais intrincadas com o passar do tempo.

Eu sou como você, em uma versão mais enrugada e desgastada. As dores que já provei, deixaram um sabor amargo em minha boca, o qual só agora, você começa a degustar.

Como um espelho que se parte aos poucos, assim é você em relação a mim. Enquanto você é como uma flor que adentrou o outono, já não tenho pétalas, em razão dos muitos invernos.