O Erro
Um segundo,
Um segundo depois,
As mãos dadas não se eram mais sentidas,
E incomodavam.
O corpo,
O corpo que queria tão perto,
Agora era encostar
Pra apresentar sensações.
Ruins.
Não sabia,
Do mudado
Para mudar tão radicalmente.
E quando foi sentida por aquelas mãos
Que já tentavam cometer o pecado de tocar
Não pôde segurar a tristeza.
Chorava,
Chorava por dentro,
E com a certeza que teria sempre esse canto triste em si.
Certeza do amor da vida.
Não!
Não sabia o que fazer,
Mas a proximidade inevitável devido ao carro lotado
Era sufocante.
Juntos demais...
Os corpos...
Quis...
Só quis.
E ficava em silêncio para falar
- talvez-
o que não conseguiria
ou o que não poderia.
É que tal amor foi criado na certeza,
E qualquer contrariedade era proibida de ser sentida,
E respeitada fielmente.
Até um segundo.
O erro desse amor foi
Ter de amar sempre
E sempre não existe.