Chuva e Estações

Ele foi no vento alegre com a fumaça do trem na partida a misturar-se a tristeza ainda presa ao cordão umbilical. Era pra não chorar, e então ele fingiu sorrir e tinha como motivo a chuva bonita que caia sobre os verdes cedros. Parecia ouvir uma sinfonia.

Pingou a chuva no trilho escorregadio. Formou-se o rio às margens, rolaram as pedras pro fundo do mangue e a tempestade seguia com os risos fingidos do menino que falava:

- Pinga, chuva! Pinga... Sai passarinho! Sai da chuva, voe pro ninho.

Ele falava ao pássaro enquanto pensava no que sentia. E dizia:

- Te mato com o amor que morre, e saudades nunca sentirei.

Corina Sátiro
Enviado por Corina Sátiro em 05/03/2017
Reeditado em 05/03/2017
Código do texto: T5931816
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