Prosa com a lua

É alta noite e na estrada um sedã negro desliza veloz, fortes faróis auxiliares reforça no clarear de sua jornada.

O solitário motorista é bem experiente e parece frio como o aço, seu rosto marcado lembra um toco de cerne sem vida em algum canto do cerrado.

É um caçador, um implacável caçador.

Esta longe de casa e sua presa, motivo que o leva até ali, é bicho que renderá boa e valiosa pele.

Embora quieto e com movimentos moderados, atrás de seus olhos que são protegidos por lentes negras existe uma guerra travada entre a solidão, paixão e saudade.

Ele sente a falta dela, para o veiculo e quase louco conversa com a lua, divaga com ela falando da falta tua.

Ele pega o computador e começa como sempre faz, escrever o que a saudade lhe trás.

Nele confessa o grande amor que sempre sentiu por ela, que na sua sofrida vida o que o judia e a falta dela.

Daria a sua vida para novamente olhar direto nos olhos negros dela, beijar seus doces lábios e abraçar seu corpo meigo, sentindo o cheiro gostoso de seus cabelos.

Ele não é um revoltado, não, ele agradece sempre ao bom DEUS o que viveu com ela, como foram felizes... Ele só não sabe é que fazer sem ela.

Na verdade só é o que é porque acredita que em algum lugar ainda exista ela.

Em alta noite, na solidão da estrada ele parou porque precisava contar para alguém, neste caso a lua, que nunca deixou de a amar e que só o que sente é a falta sua.