G U R I - amenidades

Evaldo da Veiga

Ela disse: “Lindo, meu Guri”
Ele gostou, gosta de tudo que ela diz.
Guri expressão do Sul, ela mora no Leste,
mas sempre em temporada no Sul.
Quanta distância, ingrata é a vida.
Aliás, ele nem sabe se ela nasceu lá ou aqui.
Pergunta pouco, receio de ser invasivo.
Gosta do que ela diz, tudo, e assim,
talvez, por que perguntar?
Mas tem vontade de saber muitas coisas...
Só sabe que ela ocupa todos os seus espaços,
e que bom, ela presente até na distância.
Ele tem vontade de dar umazinha com ela.
Aliás, tem vontade de dar umazona, muitas...
Bem longas e bem deliciosas...
Mas, aliás, tantos aliás...
Vale dizer que ela é uma fonte linda.
Fonte de amor, límpida fonte,
que corre calmo e em ânimo de desejo intenso.
Ela em Cio lindo,
que ele quer encontrar em seu caminho.
A umidade o aviso do desejo...
Ela quer, e ela faz o tempo,
o tempo vai chegar.
Linda mulher, ela entende o tempo,
o tempo vai chegar.
Ela não deixa a vontade cair,
mantém nele o desejo.
Desejo que não se esgota,
eis que verdadeiro desejo.
Um dia, ela se esgota da espera
que ela mesma criou.
Vai dar, receber, fundir-se,
no lindo ato de dois em um.
Talvez diga que é por prêmio de consolação
por tanta espera...
Vai dar muito, muito e receber um montão
Ela é criativa, dengosa, intenta as mil...
Mas ele não vai fazer doce,
vai saborear com vontade,
muito, muito...
Ela todinha...
Não há fastio em tão belo alimento,
e contra indicação, nem pensar...

Imagem: Tela do Salvador Dali

evaldodaveiga@yahoo.cpm.br