Água: razão de Nossas vidas- expedita maciel

AGUAS: ELEMENTO VITAL

FONTE DA VIDA-expedita maciel

Eu nasci em uma região e estado de poucas águas,

nasci com um olho no céu e outro na terra

lá no nordeste sertão de cabra da peste,

que enfrenta o agreste e o sol do pingo do meio dia

levando um pouco de farinha e rapadura para a labuta

pois rapadura é doce mais é dura

e o ajuda a ter energia, sem jamais esquecer sua cabacinha

com o líquido tão precioso para o sertanejo,sua água, ele

se senta á sombra do único pé de planta verde:o imbuzeiro

que o cobre e acolhe com sua gostosa sombra e, depois de beber

um gostoso e valoroso gole de água fria,

que retirou dos grotões ou grotas nas épocas menos áridas e,

que chega a ter uma cor meio azulada e, com um gole de água

no cantil ou melhor cantil lá não!

Lá a guerra é outra: é da fome e da sede, e da luta pela

sobrevivência me refiro que sua água ele

porta na pequena cabaça que é nascida na mata

e de muita utilidade para o homem do sertão:

o vivente trabalhador da caatinga e,

que há muito sabe o valor da água:

e a tem como melhor presente de Deus

Cresci vendo meus avós todos seus trabalhadores e,

nordestinos em geral esperar, rezar e zelar e velar

por um pingo de água.

o Nordestino sabe que sem água, não há vida nem para eles,

nem para suas criações, e, muito menos para plantarem seus já roçados, não haverá alimento ou unguento para matar a fome

e sede dos animais,e até para seus rins funcionarem bem,

pois com o sertão brabo

o calor é um brazeiro; arde como fogo

seca até o olho; só não seca mais pois a lágrima caída que

umedece e ele agradece pois sabe que Deus vai fazer chover,

e reza, faz novenário, procissões de Fé a São José e espera,

Quando a chuva vier, na terra começa o festim anunciando

tanajuras voam, cigarras que quase não tem,

mesmo assim fazem um barulho danado, as formigas criam asas

Eita chegaram as chuvas!

O sertanejo Feliz vai para o roçado plantar a semente

que guardou com cuidado e, com muita fé produzirá bons frutos

ele muito louvará em procissões agradecendo a produção: a colheita,

Tem festa com fartura: trovões ribombam relâmpagos clareiam e,

minha vó com medo joga a mão do pilão no meio do tempo e brava Valei-me meu São Jerônimo e minha Santa Bárbara e,

meu avô com os seus trabalhadores cantam e assoviam os

hinos do sertão:que são músicas Luiz Gonzaga e, hinos católicos.

chegou o inverno!

muito trabalho com alegria!

é Festa!

preparo para semear a fartura a seara

Agora é a festa da fartura e, com muita oração e coração contrito.

Dizem os gozadores da situação da seca,

que criança do nordeste só vê o que é chuva, se o pai joga água em sua cabeça com uma peneira,

é engano, chove pouco é verdade!

mais ninguém agradece e zela mais por a Água que o homem trabalhador e vivedor dos sertões nordestinos

Que Saudades do meu Ceará.

Para Zelar das Águas,

todos os dias: ninguém melhor que o homem nordestino,

o legitimo sertanejo pois sabe o quanto significa para a terra

e para a sua e nossa vida

Viva as Águas!

Viva Deus que as criou,

e punição ao homem que matou as matas axiais e,

que poluem toda água das cidades e dos rios e marés.