Silêncio

Seria essa a solução mais simples.

Não falarmos nada, nem por mensagem,

Silêncio total.

Sugestão que partiu de mim,

Como um primeiro esforço de alguém

Que tenta desesperadamente aprender a agir

No centro da balança entre o pensar e o sentir.

E o que era para ser ausência, vazio, silêncio,

No instante em que deixou de sair de mim

Passou a ecoar de tal maneira aqui dentro

Que a vontade que eu tenho é de sair correndo,

Vagar pelas ruas na esperança de encontrá-la e...

Não... não posso!

Preciso acalmar esse tormento,

Silenciar por dentro agora.

Vou ler alguma coisa, sei lá... pra distrair,

Pra fugir desse labirinto cármico.

E no primeiro texto, escolhido a esmo,

Ou por outro teste que o destino aplica,

Um poeta me diz que

"Pra falar de amor basta ficar em silêncio".*

...

Pois bem,

Estou aqui, então, falando de amor,

Gritando o amor na falta imensa que ela faz,

Na tentativa frustra de ficar em paz,

De esvaziar do peito seu nome, seu sorriso,

Porque eu entendo e sei que é preciso

Que não seja nunca, entre nós, o que seria,

Mesmo tendo enchido-me de alegria

E transformado aquilo que era dor

Numa das mais lindas formas que já vi do...

...

Silêncio...

Esse que é salgado e sai dos olhos,

Que é impossível conter de todo

E que derramo aqui um pouco,

Esperando que ela já não saiba ouvir de mim.

* E foi então que falei de amor - Takinho

http://www.recantodasletras.com.br/prosapoetica/5876830