Eternidade

Desce por entre as curvas o pingo molhado e quente que queima a alma num incêndio voraz que consome aos poucos minhas forças e faz fechar os olhos em que mostra seu beijo em minha memória e machuca a boca numa saudade demorada que prende o ar e incha o peito querendo sua presença infantil e louca perdidamente encantadora e viva diante de meu corpo trêmulo e imóvel inacabadamente perturbado por tamanha ânsia de possuir a felicidade que só vem desse instante em que minha alma nua encontra a sua num terrível erro de desejo e pressa fugindo de toda e qualquer sanidade que talvez algum dia tive e não podendo mais ouvir a voz desse querer terreno que me invade as faces e endurece as pernas fingindo sempre não ligar a miníma porém enganando a mim numa tolice ingênua e indefesa porque o que tenho é eternamente,meu e seu.