OLHANDO O PASSADO

O longo olhar que na minha vida vazia prossegue,

Acre, acerbo e triste anseio desta desventura.

Que sempre padeço e nunca grita nem renuncia

Discreta voz dá à dor que tanto me amargura.

Demente olhar que com juras e armadilhas desumanas

Corretivo no azorrague ou prova sombria já passada,

O olhar disfarçado de ardis bárbaros e brutais

Quando na verdade é grei desmemoriada, alucinada.

Ainda que hoje eu clame e anele a liberdade

Dela não consigo a fé como refugia toda gente

Pois por certo só tenho a sonhar eternidade

Mas há cárcere, mais dorido que os grilhões

Se a liberdade tal como supõe uma ave a voar

Diz que sem esperança livres não são os corações.

regynacarvalho
Enviado por regynacarvalho em 24/04/2017
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