Lembranças cinzentas...

Aquele lúgubre amanhecer de Outono

Mais ainda me entristecia...

Ao avivar em meu nostálgico coração

Lembranças... Tantas, tantas e tantas

Bucólicas e cinzentas lembranças!

De dias difíceis, mui difíceis...

Dias sofrida e precariamente vividos

- E assim belicosa e forçosamente convividos... -

Sob fugidias esperanças de mudanças eficazes

Quando então quase já sem forças até mesmo para resistir...

Enquanto, inconscientemente, ali colecionando

Graves e vitalícias sequelas psicológicas.

Isso tudo eu aos poucos incorporara

Ao forçosamente iniciado aprendizado,

dificílimo aprendizado...

Do enfrentamento, da luta cotidiana,

e da quase impossível superação...

Daquelas então medonha e praticamente insuperáveis adversidades.

Adversidades açodadas, dramática e tristemente açodadas...

Pela total ausência de estrutura material familiar

E mais, bem mais ainda, pelo egoísmo e indiferença social reinantes a época.

Embora, isso hoje reconheço...

Todas aquelas dificuldades e adversidades

Somadas, dramaticamente somadas...

multiplicadas... elevadas...

Fácil e tristemente extrapolaram

Aqueles meus frágeis e desesperançadores limites...

...Formados pelas minhas então inocentes e temerárias atitudes e omissões!

Findando por lapidar este ser que ora aqui relata um milionésimo período realmente vivido...

...Embora, mesmo assim, nem tanto ainda assimilado.

Poetinha Armeniz Müller.

...O arrazoador poético.

poetinhaarmeniz@Gmail.com