Um Dia no Banco da Praça.
Você viu que o cidadão estava visivelmente desidratado, só a capa, boca sem vida, boquiaberta, vestido dentro de uma calça jeans que era só calça. Você via aqui e aqueles lá deitados em camas de pronto-socorro do SUS esperanto, talvez, o susto derradeiro, o último suspiro, a última lufada de ar ou a luz.
Estava lá sob o céu azul enquanto o Mundo caía em cinzas. Algumas plantas brotaram no asfalto e furaram até o trânsito, na imaginação de Drummond.
Você viu que dentro daquele mundo as máquinas funcionavam incessantemente mastigando línguas e neurônios, sectárias da plutocracia, sanguinárias do sistema.
Você via tudo aqui e ficava lá, "martelando a bigorna" e sentado na praça dando "milho aos pombos!"