Paradoxando-se

Era difícil conseguir lê-la, era difícil enxergar por detrás das máscaras que foram edificadas há muito tempo. Quando a conheci, ela estava quebrada e frustrada por um amor que não dera certo, um amor, que assim como todos os outros, tivera um início incrível, mas que no fim, viera cheio de dor e confusão. Como continuar, como sorrir, como seguir em frente? Quando ela chegara a mim, viera como uma onda em ressaca, confusa e forte.

Eu costumava ouvi-la a sorri, era algo incrível de se ver: a confusão e a dor andando juntos. Ela costumava ver beleza onde não poderia existir, ela o tipo de menina que merecia ser amada e ter um amor avassalador que a consumisse de corpo e alma, mas sejamos sinceros, contos de fadas existem apenas em livros infantis. Ela costumava amar demais, para ela não existiam meios termos, ou trasbordava amor ou era vazio dele.

Quando chegara até mim, viera quebrada. Ela começou a contar-me suas poesias e eu comecei a observar mais, ver o quão bela eras. Decerto era fácil demais escrever sobre ela. Ela costumava ouvir bandas alegres, mas no fundo, apenas para si mesma, ouvia músicas que mostravam sua alma. Ela costumava escrever histórias de amor, mas tinha medo de machucar-se novamente por ele. Ela era pequena, mas incrivelmente grande em pessoa.

Ela costumava ser explosão de sentimentos. Era como uma explosão de cores, onde tudo se mistura e raramente conseguimos distinguir qual a cor certa, mas se olharmos de perto, se nos permitirmos olhar, veremos a beleza que apenas ela pode transmitir.

Ela era uma antítese completa de paradoxos.

Ela era maré alta.

Quando viera até mim, chegara como uma onda em ressaca, e eu me tornei uma onda em calmaria.