Ouço minha respiração, ainda ouço a minha respiração. Não sei até quando poderei ainda senti-la ouvindo-a.. Há quantos ouvidos escuto a vida. Há quantos minutos naufrago nas ausências que em mim se fazem continentes perdidos, tábulas execredas.Uma xícara de café quente  sobre a mesa, sobre  o balcão branco da cozinha,  os olhos desconfiados do meu chão , essa fiação descontinua de viver, ora abrindo ora fechando as pálpebras já tão cansadas mas que  desde sempre, ainda inquietas abrem-se aos planos do insondável....Oh misericordia onde caminhas tu com teu  andor
que dói infinito essa maturação sobre a laje fria dessa carne que ainda respira ...é invernal tempo da vida...há quantos ouvidos eu a escuto...