A musica...VIII

Tentou preencher o vazio deixado por ele com romances fictícios, cinema, livros e inventou historias na sua cabeça que pudessem completar o imenso vazio que sentia.Nada disso adiantou, nada disso foi suficiente para esquece-lo. Não se pode esquecer aquilo que se encaixa na gente.Aquilo que faz parte.Mas ela só entenderia aquilo quando a ausência dele se tornasse tão insuportável ao ponto dela não lembrar mais como se era amar. Ao ponto de sentir raiva de si mesma por ter se permitido aquela sensação fantástica. Aquela sensação que não havia modos de descrever. No primeiro momento isso pareceu estranho, os olhos insistiam em enxergar aquilo que, por hora, não via, não percebia como algo tangível ou real mas havia ali a resposta e ela conteve um sentimento que jamais poderia ser contido, ela mergulhei os olhos no infinito, a poesia veio antes da musica, e a sinfonia veio antes da musica, e a dança veio antes da musica, porque a musica ja estava ali, antes de tudo.O embalo que fez do amor musica, fez do desejo sinfonia.Inerte antes, o corpo foi movimento, as batidas ritmo e movimento.Alcançou a orbita dos astros e submergiu do passado. Despontou das pupilas aquilo que outrora não enxergava mas mesmo assim não deixava de ser intenso e nem essencial. Amar sempre seria essencial desde não caísse na loucura da ausência dele.De vez em quando eles conversavam, diziam um " um oi" ou qualquer outra amenidades, sobre o tempo ou coisas banais.Mas a expectativa de um encontro ficava cada vez mais longe assim como uma musica que toca distante e mal conseguimos ouvir ruídos.havia sobrado somente ruídos dos dois.Quando as lembranças ficam perdidas dentro da gente, elas ficam cada vez menos nítidas e quando menos se espera se torna apenas um ruído.

FLÁVIA PINHEIRO
Enviado por FLÁVIA PINHEIRO em 10/07/2017
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