o interior da casa...

ela segue caminhando a passos devastadores, de olhar espreito. a morte.

o interior da casa sombrio de névoa cheirando a mofo. úmida friagem embolorando objetos da casa. o velho sofá já enegrecido. a parede descascada e de estorricada crosta que faz até arabescos no ar. como línguas da escuridão para engolir quem passar por perto. a corrosão do tempo no assoalho oco e empoeirado. penso que vou cair. a gastura dos utensílios. já com cor modificada, amarronzados de terra e pó. a exaustão do passado. o mato crescido, capim navalha já alto cobrindo o terreiro. já não há jardim. a mina de água corre buscando caminho que tudo deteriora a sua frente e pra trás deixa escorregadios atalhos e emburacamentos de ruínas.

a morte. ela segue com sua presteza nos desníveis e esfacelamentos da casa.

Alessandra Espínola
Enviado por Alessandra Espínola em 25/07/2017
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