DESTEMIDOS OLHOS TEUS
Destemidos olhos teus...
No pragmatismo do dia frouxo
No espreguiçar-se da sexta-feira
No outro mar do oceano.
Destemidos olhos teus...
A me ver ouvir sem castidade
A acarneirar minhas vontades
No rejuvenescer da tarde.
Destemidos olhos teus...
Entre os passeios e as lisuras
Se no teu beijo há o outono
Aqueças-me neles.
Eles me trazem as plêiades carentes
Eles me são arfadas embarcações
Eles me têm por secreto
No purificar da nobre alma.
Destemidos olhos teus...
Em me achar em mim
Em beliscar meu “sim”
Em contentar-me, então.