O poeta e as palavras

‘’O poeta é um pintor do

mundo invisível.’’

Ana Hatherly

O Poeta e as palavras

O poeta escreve versos nos pedaços do tempo. Ergue emoções. Embala corações. Na crista da esperança aprumada constrói o mais precioso templo. O que lhe importa não são as palavras que ele desenha, mas sim, as larvas que nelas residem porque têm o poder de fazer modificações profundas no ombro sobre o qual pousam.

Nas palmas do poeta, pedras e troncos ganham vida e circulam nas ruelas cuspindo encantos. Ele não dispensa o pensamento lógico (que traceja os eus), e a criatividade (que os enche de vida e realidade especificas). O poeta abraça as palavras e contempla a respectiva fonética, faz mutações genéticas e cirurgias plásticas nelas. Dá-lhes um certo sentido absoluto numa determinada frase e antes de arruma-las em versos e formar estrofes, oferece-lhes asas angelicais e pinta-as com as cores mais vivas do universo. Bruscamente, elas se abraçam, e, freneticamente se deitam no ventre da maravilha dourada.

Portanto, um poeta é um ilusionista cauteloso porque mesmo a palavra mais triste quando é por ele trabalhada ganha alegria no avesso. Sim, um poeta carrega no seu peito uma ilha de flores sedutoras que ninguém as recusa, visto que levam quem as toca à essência da verdadeira verdade e dão-lhe uma ampla visão. Sendo assim, um poeta é também um pensador autónomo que brilha mesmo no epicentro do abismo dando voz a todos e a aqueles que têm as gargantas algemadas.

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Fernando Absalão Chaúque
Enviado por Fernando Absalão Chaúque em 27/07/2017
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