Espaços abertos em mim!
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            Quantos são estes pedaços, tão juntos um do outro, abrindo brechas para invasão de sentimentos e emoções que não desejo? Intensas profundidades foram deixadas por emoções que se apossaram de mim, rasgando-me o corpo e atingindo a alma. São frias as mãos que parecem adagas...vezes perfurando coração...outras estraçalhando esperas. Porque traçamos expectativas? O que nos faz alimentá-las senão as ilusões frágeis que se quebram ao primeiro sopro do vento que precede uma tempestade?
            Pobres almas sonhadoras que constroem castelos à beira do mar, subestimando a força indiferente de ondas. Nem posso acusá-las de brutais, pois eu sempre soube que o são e, assim, nem posso dizer "minha pobre alma sonhadora". Mas fui ousada construindo meus castelos ali! A pior das ondas, a mais cruel e devastadora, é aquela que vem em direção contrária à força dos ventos...a que nunca se acredita que pode ser! Surpresa! Nem havia ameaça de ventos fortes...de céu escuro...de tempestade à vista!
Assim vieste...derrubaste-me as defesas...
quebraste minha espera,
destroços infantis de singelezas!
Quimeras não são frágeis!
Vêm das profundezas da mar
destrutivas e ágeis,
Avançam com escumas
trazidas por Netuno...
diluem-se nas areias...
~~~~~~
Construí meus castelos
e não acendi candeias
como faróis sinalizadores.
Assim vieste...
devassaste meus espaços...
Diz-me: o que faço
agora que me feriste
com teu abraço?
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Najet, 28/07/2017.
 
 
Najet Cury
Enviado por Najet Cury em 28/07/2017
Reeditado em 28/07/2017
Código do texto: T6067839
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