Adieu, mon cher

Cada dia me parece o último dia. Cada beijo, o último beijo. Cada carinho, o último aconchego e cada palavra, meu último adeus.

Frágil, abandonada na solidão soturna, profiro-lhe meus últimos desejos. Permaneça comigo apenas até o raiar do sol, para que meu último suspiro não seja em vão.

Minha vida já foi sugada por ti, minha doce lâmia, deixa-me apenas desvanecer em teus braços e assim, desfalecerei contente. Caridosamente, permita-me o ensejo. Permita-me dizer.

Entrega-me com carinho nas mãos da morte surda, acene-me quando me ver partir.

Descalça, caminharei pelos corredores do inferno, embalando nossa canção. Entregarei-me ao diabo em teu nome e, com o último arquejo, o último cintilar da lua, lhe direi, de uma vez por todas, Adieu, mon cher.

Bárbara Guerra
Enviado por Bárbara Guerra em 15/08/2007
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