CONCRETO

Eu tasco um lasco de pedra, um lar de messenas, célula do mundo, tão imundo quanto profundo.

Eu crio a razão, concreta, deixo a tristeza, poesia, lágrima vazia... troco a dor pelo pedaço de cor, uma tinta escura na parede do quarto ao lado, exatamente, um fardo na casa concretada no meio da rua, apenas nua e crua.

deram-me palavras sinônimas da poesia, desenhei palavras sem rigor, sem valor, sem calor, sem rima, dor, flor, amor...

Fiz a antítese do sentimento, para sentir a mais, a contento, uma história sem começo, inacabada, sem graça mesmo, um tanto quanto, indiscretamente, concreto.