Tempos de Saudade

Hoje ele quis cuidar do guarda roupas, tirar lhe as teias de aranha e passar um bom óleo para madeira, queria jogar fora roupas velhas e saber se devia comprar outras.

Também nas gavetas trancadas tinha muitos documentos que ja desconhecia o conteúdo.

quando abril a porta do quarto sentiu o cheiro de lugar abandonado e notou em si que ja não gostava dali... Sentiu ao acender a lâmpada e abrir as janelas visualizando tudo, um ser se agigantar dentro de si.

Era uma entidade ja sua conhecida e que lhe fazia companhia nos últimos tempos, de mover suave e presença forte e penetrante ela estava ali...

Ao olhar o velho guarda roupas todo envernizado e com suas chaves douradas nas portas a saudade bateu poderosa em seu peito cansado e trouxe fortes lembranças que tanto lhe judiavam com tensão multiplicada.

A traiçoeira memória o fez lembrar dos momentos felizes que viveu ali com a mulher amada, o cheiro do seu perfume se mostrou nas suas narinas e viu no sonho acordado, ela diante do espelho deixando a toalha cair e começando a se vestir, fresca linda e maravilhosa colocava roupas diante do corpo e perguntava: "Ficou bem?".

Sempre a beijava e olhado aqueles olhos lindos dizia: "Você e linda como DEUS ti fez".

Voltando do seu sonho saudoso a saudade o conduziu de novo a tristeza e buscou seu refugio no vinho generoso e suave que faz um velho sonhar que vive e da a amargura um amargo e doce de realidade fugida...

56.711-15