É imprescindível a valorização da Cultura de um Povo

O céu ainda estava escuro quando ribombou nos quatro cantos da minha cidade, fogos de artifício anunciando e dando abertura à “Festa em Louvor à nossa Padroeira Nossa Senhora da Guia”, a tradicional “Festa de Setembro”.

O dia amanhecia silenciosamente. Ao longe já se ouvia o chilrear dos pássaros, traduzindo em folguedos sonoros, agradáveis e encantadoras melodias, numa doce e sublime manifestação de alegria fazendo saber a todos que o dia estava amanhecendo mais uma vez, porém hoje, de forma festiva. Eram cinco horas da manhã. As ruas estavam vazias. Ainda na penumbra da noite que insistia, podia-se visualizar um ou outro transeunte que solitariamente caminhava naquela manhã geladinha, seguindo seus pensamentos. Era trinta de agosto do ano jubilar de 2017.

Novamente ouve-se ecoar no céu, rápidos raios luminosos seguidos de estrondos, como se quisessem avisar a todos que a festa estava começando.

Em frente ao Santuário, aos poucos as pessoas iam chegando e somando à presença graciosa da corporação musical ,que em seus acordes harmoniosos executava o tradicional dobrado “Dois corações”, que por dois séculos abrilhantam a “Festa de Nossa Senhora da Guia” de Eldorado, num passeio encantador pelas ruas da cidade, aflorando sentimentos ímpares nos corações eldoradenses.

No Santuário, vozes num tom suave traduzindo emoção, entoavam cânticos em louvor e ação de graças ao som de cordas melodiosas dedilhadas pelo sacerdote. Salmos foram cantados pelos fiéis. O orador proclamou as Palavras de Salvação. No silencio, cada um dos presentes , por certo, refletia sobre seus conceitos, valores e sentimentos, deixando fluir emoções que aos poucos iam sendo externadas timidamente pelas expressões faciais ali reveladas. É tempo de recolhimento e de oração.

La fora... a cidade ainda dormia.

Ana Nilse
Enviado por Ana Nilse em 31/08/2017
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