Proximidade

Sinto que preciso afastar-me

O alerta de que o coração não aguenta mais

soa como os sinos de uma catedral avisando a chegada de uma noiva.

Soa para mostrar que estamos perto do limite

e para contar o quanto é perigoso essa proximidade do limite

Sinto que o alerta sirva para manter aceso o equilíbrio de mim

...em mim mesmo.

A razão e a emoção pesam na balança...

mas não consigo interpretá-las...

emudeço diante delas e não sei se fico ou se passo...

não sei se faço ou desfaço..

se levanto-me ou se caiu de uma vez.

Se luto ou esmureço.

Se choro ou me controlo.

Se falo ou calo, se vivo ou morro, não sei.

A dualidade que vivêncio deixa-me vulnerável ao que quero e a quem sou,

deixa-me vulnerável aos pensamentos

que torturam o meu eu de forte, coerente e prudente.

Seguro-me na moderação que desequilibra minha emoção e me aprisiona a razão, a minha razão de ter que ser.

Decido, paro. Mas a sensação que tenho é de estar prosseguindo

mesmo depois de decidir parar,

o mais estranho é que sigo me negando a continuar,

mas sigo, mesmo que não queira

como se fosse automático e simples como respirar.

Respirar é automático, mas amar, se apegar, querer estar perto,

se acostumar...é uma construção e eu tenho medo dela.

Talvez tudo isso não seja necessário para que eu sobreviva, ou talvez eu sobreviva sem que seja necessário entender...o motivo ou a necessidade de passar por isso...

Sem que deixe florescer o mais bonito que já me permiti querer...

sei não é amor, tenho certeza da curiosidade, mas como tudo é uma construção, tenho medo de proximidade.

Driely xavier
Enviado por Driely xavier em 05/09/2017
Reeditado em 26/01/2018
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